A identificação da raça dos indivíduos, que nos dias de hoje está totalmente afastada em qualquer documento ou registo de identificação, é algo que no passado era usado com frequência.
Neste registo de casamento que ocorreu em 1767 na freguesia de Teixoso, concelho da Covilhã, a noiva e o pai da noiva aparecem com o nome de "Cigano", aparentando ser o apelido deles. Muito provavelmente, este apelido surgiu fruto da condição racial desta família.
O registo diz o seguinte:
"Aos sete dias do mês de setembro de mil setecentos e sessenta e sete anos, nesta paroquial igreja de Nossa Senhora dos Coros deste lugar de Teixoso, em presença de mim Vicente de Oliveira Durão, prior desta igreja e de Lourenço Rodrigues e do reverendo João Nunes d'Eça e de muita mais gente do povo se receberam por palavras de presente sem impedimento algum, depois de feitas as denunciações do Concílio Tridentino, José Pinto de Gouveia, solteiro, filho legítimo de Jerónimo Amaral e de Joana da Cruz, com Maria Esteves Cigana, filha legítima de José Esteves Cigano e de Maria Josefa, todos moradores nesta freguesia, e que para constar fiz este termo, que assino com as ditas testemunhas. Era ut supra."
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